Ganhou a Alemanha.
Contra os meus desejos, mas merecidamente.
Foi a equipa mais forte do Mundial.
A final não foi, propriamente, um jogo de
futebol, mas um combate corpo a corpo, vencido pela equipa menos desgastada.
A Alemanha não ganhou, desta vez, por ter
tido uma superior organização e dinâmica. Ganhou porque foi mais consistente e
dispunha de maior reserva de energias.
A Argentina perdeu por carregar mais dois
prolongamentos no corpo e pela falta de frieza no momento da angústia face a
Neuer. As oportunidades mais claras, de um contra um frente ao guarda-redes,
foram da Argentina.
Mas, claro, faltou criatividade. Uma pena, a
lesão de Di María, num Mundial em que Messi não chegou em condições de fazer maior
diferença. E o Sabella, com Enzo ou sem Enzo, nunca soube resolver o problema
do meio campo e a solução de continuidade entre defesa e ataque.
O que fica deste mundial?
Neuer, um monstro, merecidamente o melhor
guarda-redes.
Messi é um jogador do outro mundo, mas, neste
mundial, o melhor jogador foi Roben. Acho que devia oferecer-lhe o troféu…
Enorme consistência da equipa alemã que, para
além das tradicionais qualidades já por demais referenciadas, assenta numa
continuidade de jogadores que tem raízes na planificação e investimento da
formação (muitos foram campeões de sub-21) e beneficiam do trabalho diário nas
suas equipas, como é o caso do Bayern de Munique.
Uma Holanda a muito bom nível, bem comandada
por uma velha raposa, e dinamizada por um enorme jogador, em forma superior.
Uma França a que falta alguma criatividade,
mas com muito bons jogadores, jovens, uma selecção que só pode crescer.
Boa presença de Colômbia, Argélia, Chile e
Costa Rica.
Do lado da desilusão, um Brasil de uma
pobreza confrangedora ao nível da organização e modelo de jogo, onde parece
escassear talento no meio campo e no ataque, com excepção de Neymar (faltar
talento, no Brasil, como é possível?!). As humilhantes derrotas contra a Alemanha
e a Holanda foram tiradas a papel químico. Os jogadores queriam muito, mas não
podiam. E não percebiam por que não podiam!... E quanto mais queriam mais abriam
espaços nos flancos, no meio, em toda a parte… O futebol brasileiro necessita
de ser virado do avesso, tanto ao nível da organização das competições
internas, como da actualização dos seus treinadores.
E as maiores desilusões: Espanha, Portugal,
Inglaterra e Itália. As maiores, Espanha e Portugal, em fim de ciclo. Pelo
contrário, a Inglaterra poderá estar a iniciar um processo em que virá a voar
alto, brevemente. Quanto à Itália, nem uma coisa nem outra, parece traduzir um
processo mais geral de deperecimento do futebol italiano.
Não foi um Mundial espectacular, não houve
grandes jogos, mas assistiu-se a uma maior qualidade média das equipas, quer ao
nível da organização quer da capacidade competitiva.
As arbitragens? Uma miséria, com algumas
excepções. A arbitragem do Brasil-Holanda foi a pior de que me lembro nos
últimos tempos!...
Há muito tempo que não via tanta asneira
junta, com influência nos resultados.
A FIFA, tal como a UEFA, sabem que a introdução
dos meios tecnológicos limita muito o poder que têm sobre os árbitros e dificulta
‘arranjinhos’. Mas não vão ter outro remédio se não adoptá-las. É que os
milhões que ganham podem estar em causa. As transmissões televisivas são um
negócio brutal. Mas, o problema é que todo o mundo vê as bacoradas dos
árbitros, mesmo quando há ordens ‘democráticas’ para não dar, ou limitar, as
repetições de jogadas.
E pronto, acabou-se.
Quando é que começa o campeonato?!
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