Esta selecção nacional não me entusiasma
nada. Tem jogadores fracos, como o Ricardo Costa, ou vulgares, como o Bruno
Alves e o Meireles, que só chegaram onde chegaram por terem vindo donde vieram,
promovidos pela máquina do costume.
Na baliza, entre Patrício, Beto e Eduardo
ainda prefiro este último. Lá na frente, nem vale a pena falar, e até simpatizo
com o Postiga, como pessoa...
O que mais me aborrece, no meio de tudo isto,
é o facto de a equipa ser incensada, como se tratasse de um conjunto de craques,
e os próprios se comportarem como tal.
E o Ronaldo, único verdadeiro craque, nem
sempre se percebe se a sua preocupação é a selecção (ou outra equipa onde jogue),
enquanto tal, ou enquanto uma das vertentes da sua carreira (de futebolista e
de imagem publicitária) que importa gerir cuidadosamente, porque os contratos
são de muitos milhões…
Chamam-lhe a selecção do Mendes, mas não é
por aí que me incomodo. Fossem quais fossem os jogadores, seriam sempre do
Mendes, porque é o Mendes que tem o ‘poder’. Se, por milagre, estes jogadores
fossem varridos e pusessem lá 11 ou 23 que não fossem do Mendes, uma semana
depois eram todos do Mendes, porque ele ia lá ‘buscá-los’. Enquanto não
acabarem com os Mendes e com os que estão por detrás dos Mendes, com baús de
euros, dólares e rublos para ‘arejar’, pouco importa se são deste ou daquele.
Posto isto, acho que se a equipa for
esforçada, solidária e sem peneiras, é possível vencer os EUA e, talvez, o Gana.
Pelo que se viu hoje, se o Gana jogar como jogou com a Alemanha, um empate já
será bom, esperando-se, depois, que a Alemanha não perca com os EUA…
Mas só com uma equipa capaz de assumir as
suas debilidades e procurando colmatá-las, actuando compacta, se necessário atrás
da linha da bola, de forma solidária, com todos e cada um a apoiar-se, com
todos a assumir as suas responsabilidades e não endossando-as para o Ronaldo.
Com um Ronaldo sereno, a fazer o melhor que
puder, sem passar o jogo a gesticular, com este porque falhou o passe, com aquele
porque não lhe deu a bola, com o árbitro porque foi ‘mau’, com a relva porque
cresceu ou 'fugiu', com a baliza porque se desviou, com o S. Pedro por ter
inventado o(s) clima(s) do Brasil só para o lhe estragar a carreira.
Com um Ronaldo como um verdadeiro Capitão de
Equipa, e não como Capital Marvel. Com um Ronaldo jogando e fazendo jogar. Com
um Ronaldo que marca golos para a equipa, e não para exibir os músculos, de
ícone publicitário, para o próximo vídeo promocional.
Se assim for, ou puder ser, então ainda há
esperança…
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