sexta-feira, 27 de junho de 2014

“Agora Falando Sério”


Foi-se a ilusão do samba, no fado triste, ‘jogado’, falado, nos cantos deste pobre quintal.

Tanto embuste, fruste, tanta manobra interesseira, e a culpa a morrer solteira…

A Selecção como pretexto.

Para o Gomes, um tacho na FIFA.

Para o Mendes, as negociatas.

Para o Ronaldo, a bota de ouro, a imagem, os contratos.

Para o Meireles, exibir as tatuagens.

Para a RTP, reduzir, desesperadamente, os prejuízos, montando um circo hiperbólico e lamentável em torno do altar do Deus Ronaldo.

E na Selecção como representação do futebol (sim, apenas do futebol) de um país, alguém pensou?

O Bento pôs à frente as fidelidades pessoais e formou uma equipa de ‘handicapados’.

O Jones pôs-se atrás dos ‘índices de suspeição lesional’, e lavou as mãos no ‘éter’.

Tanta falsa ilusão criada no espírito dos portugas espalhados por esse mundo fora…

O que fica desta ‘representação’?

Uma imagem de irrealismo, incompetência, incapacidade, fraqueza, disfuncionalidade.

E agora? Agora está tudo bem, é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma…

 
Agora falando sério
Eu queria não mentir
Não queria enganar
Driblar, iludir
Tanto desencanto
E você que está me ouvindo
Quer saber o que está havendo
Com as flores do meu quintal?
O amor-perfeito, traindo
A sempre-viva, morrendo
E a rosa, cheirando mal

 
(Chico Buarque, Agora Falando Sério)



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